quinta-feira, 29 de abril de 2010

RETROSPECTIVA SOBRE MULHERES NO PODER

Quinta, 29 de Abril de 2010

A revista “GEO Brasil” trouxe artigo especial sobre 3.500 anos de mulheres no poder.
A cronologia de mulheres dirigentes vai da rainha egípcia Hatshepsut (1479-1458 a.C) até Jadranka Kosor, nomeada primeira-ministra pelo Parlamento da Croácia em 2009.
O texto destaca algumas mulheres em especial, que governaram a Europa, imprimindo sua marca à evolução do continente, como Elisabeth I, na Inglaterra; Catarina II, no Império Russo; e Margaret Thatcher, na Grã-Bretanha.
De acordo com o autor, Mathias Mesenhöller, pesquisador-assistente no Centro de Ciências Morais, História e Cultura da Europa Central, em Leipzig, mais de 80 mulheres foram eleitas Chefes de Estado ou de Governo desde 1945, mais de 90% delas somente após 1979, principalmente nos anos 1990.
Segundo Mesenhöller, “estamos em meio a uma mudança de caráter épico. Nunca antes tantas mulheres mandaram simultaneamente. Pela primeira vez, e de modo crescente, a pretensão feminina diante do Poder encontra, em grande parte do mundo, franco acolhimento”, suscitando grandes esperanças.
Se antes a biologia era usada para afastar as mulheres do poder, afirmando serem elas inconstantes, pouco sagazes, inferiores aos homens, tanto física como intelectualmente, agora, para o pesquisador, os defensores das mulheres no poder se baseiam nas diferenças biológicas para fundamentar sua esperança: elas têm constituição radicalmente diferente, são mais sociáveis, moralistas e empáticas. Por isso “o poder feminino poderia livrar o mundo das guerras e crises masculinas, das rixas e lutas por status e dominação”.
Apesar dos preconceitos históricos, a História, segundo a revista, não fornece indicação da influência da Biologia na questão de quem pode conquistar o poder e como este será usado. “Em vez de hormônios e modelos de atividades cerebrais, isso era determinado por regras sociais e talentos individuais”. Assim, muitas mulheres governaram por razões de sangue ou parentesco, filhas, viúvas, esposas – em sua maioria dotadas apenas de um poder simbólico – ou por escolha através de eleições.
Contraditoriamente, como mostra o autor, a partir desse momento, no século XIX, quando as mulheres não herdavam mais o poder, elas desapareceram completamente do cenário governamental. “A Democracia foi mais eficiente que o Feudalismo para eliminar o Poder feminino”, sendo as mulheres excluídas sob o argumento de que não foram feitas para isso.
Apesar da conquista do voto, na maioria dos países a partir do século XX, passaram-se décadas na Europa até que a primeira mulher assumisse a chefia de um país: Margaret Thatcher, em 1979. E a ascensão política parece ter coincidido com a chamada Revolução Feminista. Nos anos 70, a vanguarda da Revolução Feminista chegou às centrais do poder. Eram grupos de mulheres que se beneficiaram de grande crescimento cultural, ampliação de chances profissionais e ofertas de assistência infantil gratuita.
Mesmo assim, Mathias Mesenhöller afirma que embora as mulheres agora possam votar em massa, “o equilíbrio do poder só se altera lentamente”. Entre os fatores enumerados estão: agremiações masculinas, fragmentação social do eleitorado e reflexos conservadores. Porém, a principal razão é que “a moderna ideologia dos sexos estrangula qualquer pretensão feminina ao poder”. “Galgar a escala da ascensão social e, simultaneamente, conquistar a emancipação sexual, foi façanha de uma mulher que até hoje ainda suscita certa incredulidade e horror nas mentes de muitas feministas”.
Apesar das inúmeras conquistas, principalmente nos países industrializados, como formação acadêmica superior à masculina, autonomia econômica e sexual, e maiores chances de alcançar postos de decisão, o fato de ocuparem uma pequena fração do poder, 20% dos Legislativos mundiais, é um anacronismo, segundo o artigo.
Estudo citado de autoria da pesquisadora Esther Duflo, do Massachusetts Institute of Technology, afirma que nos lugares administrados por mulheres os preconceitos diminuíram significativamente, e as chances de mulheres vencerem eleições livres aumentaram. Ou seja, “a visibilidade das mulheres no poder reduz os preconceitos contra elas”.
Mathias Mesenhöller conclui que quando as mulheres alcançam o poder, o mundo fica mais justo e inteligente. “Não porque governem de forma radicalmente diferente dos homens, mas porque a maior parte dos boatos sobre alegadas diferenças entre os sexos circula menos”.

Confira a íntegra da matéria:

http://revistageo.uol.com.br/cultura-expedicoes/12/artigo167971-1.asp
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