SÃO PAULO - Cientistas políticos convidados pelo Radar Político para assistir ao debate da TV Record concordaram na análise de que a petista Dilma Rousseff 'cresceu' ao longo dos últimos debates, enquanto o tucano José Serra se perdeu na tentativa de parecer um político carismático.
Na avaliação de Carlos Melo, do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), e José Paulo Martins, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, o encontro desta segunda-feira, 25, começou tenso, com todos os ataques de ordem ética concentrados no primeiro bloco para aproveitar o pico da audiência.
'Ele foi muito mais agressivo, mas não golpeou a ponto de ela ficar grogue', disse Melo ao avaliar a primeira parte da atração. Para Martins, os candidatos apostaram em mais do mesmo.
'O que vêm agora? Tudo o que já era esperado veio no primeiro bloco', questionou.Para os cientistas políticos, a estratégia era atingir um maior número de pessoas antes que os televisores começassem a ser desligados, com o avançar das horas.
'No primeiro bloco você tem que mostrar um certo ímpeto', analisou Melo.
Segundo o cientista político do Insper, Serra estava 'mais agressivo do que nos outros debates'.
'Ele não tem outra alternativa a não ser roubar os votos dela. Mas é arriscado atacar', acrescentou Martins, para quem o eleitor identifica o problema da corrupção em governos do PT e do PSDB.Foi, inclusive, essa a avaliação de Melo quando os casos mais recentes envolvendo os dois candidatos surgiram no debate, ainda no primeiro bloco. 'Quem com Erenice fere, com Paulo Preto será ferido', brincou o analista do Insper, após Serra citar as suspeitas de tráfico de influência envolvendo a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra.
O ataque foi prontamente respondido por Dilma, que lembrou o suposto desvio de recursos de caixa dois da campanha tucana pelo ex-diretor da Dersa Paulo Petro. Privatizações.
No segundo bloco, ganhou força o tema privatizações, que foi puxado pelo próprio tucano, numa clara estratégia de se manter no ataque. Na análise dos cientistas políticos, a tentativa de Serra de criticar uma suposta privatização do pré-sal pelo PT soou esquizofrênica, uma vez que vai contra as bandeiras históricas do PSDB.'Serra vestiu a carapuça e agora quer ser mais realista que o rei, mais estatista que o PT', resumiu Melo.
'Vai contra a base social do PSDB', acrescentou. Na opinião do analista, a estratégia não agrega votos a Serra pois 'a base social do PT já está com Dilma'.
Evolução.
Na avaliação dos dois cientistas políticos, o debate desta segunda consolidou a evolução de Dilma ao longo dos últimos debates.
'Eu diria que a novidade é a segurança da Dilma', disse Martins.
'Mas acho que as pesquisas ajudam um pouco', acrescentou.
Ainda segundo eles, a tentativa de Serra de soar carismático não funciona.
'O problema é que o Serra tem um perfil... Ele é a figura racional por excelência. Quando ele faz esse discurso muito emocional, você não o reconhece', disse Melo, para quem 'Dilma tem milhões de defeitos, mas é impressionante como ela aprende rápido'.
Na avaliação de Carlos Melo, do Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper), e José Paulo Martins, da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, o encontro desta segunda-feira, 25, começou tenso, com todos os ataques de ordem ética concentrados no primeiro bloco para aproveitar o pico da audiência.
'Ele foi muito mais agressivo, mas não golpeou a ponto de ela ficar grogue', disse Melo ao avaliar a primeira parte da atração. Para Martins, os candidatos apostaram em mais do mesmo.
'O que vêm agora? Tudo o que já era esperado veio no primeiro bloco', questionou.Para os cientistas políticos, a estratégia era atingir um maior número de pessoas antes que os televisores começassem a ser desligados, com o avançar das horas.
'No primeiro bloco você tem que mostrar um certo ímpeto', analisou Melo.
Segundo o cientista político do Insper, Serra estava 'mais agressivo do que nos outros debates'.
'Ele não tem outra alternativa a não ser roubar os votos dela. Mas é arriscado atacar', acrescentou Martins, para quem o eleitor identifica o problema da corrupção em governos do PT e do PSDB.Foi, inclusive, essa a avaliação de Melo quando os casos mais recentes envolvendo os dois candidatos surgiram no debate, ainda no primeiro bloco. 'Quem com Erenice fere, com Paulo Preto será ferido', brincou o analista do Insper, após Serra citar as suspeitas de tráfico de influência envolvendo a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra.
O ataque foi prontamente respondido por Dilma, que lembrou o suposto desvio de recursos de caixa dois da campanha tucana pelo ex-diretor da Dersa Paulo Petro. Privatizações.
No segundo bloco, ganhou força o tema privatizações, que foi puxado pelo próprio tucano, numa clara estratégia de se manter no ataque. Na análise dos cientistas políticos, a tentativa de Serra de criticar uma suposta privatização do pré-sal pelo PT soou esquizofrênica, uma vez que vai contra as bandeiras históricas do PSDB.'Serra vestiu a carapuça e agora quer ser mais realista que o rei, mais estatista que o PT', resumiu Melo.
'Vai contra a base social do PSDB', acrescentou. Na opinião do analista, a estratégia não agrega votos a Serra pois 'a base social do PT já está com Dilma'.
Evolução.
Na avaliação dos dois cientistas políticos, o debate desta segunda consolidou a evolução de Dilma ao longo dos últimos debates.
'Eu diria que a novidade é a segurança da Dilma', disse Martins.
'Mas acho que as pesquisas ajudam um pouco', acrescentou.
Ainda segundo eles, a tentativa de Serra de soar carismático não funciona.
'O problema é que o Serra tem um perfil... Ele é a figura racional por excelência. Quando ele faz esse discurso muito emocional, você não o reconhece', disse Melo, para quem 'Dilma tem milhões de defeitos, mas é impressionante como ela aprende rápido'.
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