terça-feira, 1 de junho de 2010

O SITE: "MAIS MULHERES NO PODER" ANALISA EVOLUÇÃO DOS INDICADORES SOCIAIS SOBRE AS MULHRES NO BRASIL

Terça, 01 de Junho de 2010

O site www.maismulheresnopoderbrasil.com.br tem novas tabelas na seção de “Dados Estatísticos”, em “Sociedade”, e atualiza outros dados que já estavam disponíveis. Através desses números, podemos analisar indicadores sociais sobre as mulheres no Brasil, avanços e números que ainda mostram a desigualdade de gênero.

Entre as novas tabelas, a que mais chama a atenção é a que mostra o percentual de concluintes do Ensino Superior no Brasil. As mulheres já são 59,76% do total, bem acima do percentual masculino de 40,24%.

Concluintes do Ensino Superior por Sexo

Total

Mulheres

Percentual de Mulheres

Homens

Percentual de Homens

756.799

452.295

59,76%

304.504

40,24%

Dados do “Anuário dos Trabalhadores 2009” – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – Maio de 2010

A média de anos de estudo das mulheres é maior que a dos homens entre a população total e ocupada de 10 anos ou mais. Elas têm em média um ano a mais de estudo, 9,5, contra 8,4 dos homens, entre a população total; 9,4 e 8,4, respectivamente, entre a população ocupada. A maior diferença é verificada na região Norte, onde mulheres têm um ano e meio a mais de estudo. O maior número de anos estudados é verificado na região Sudeste, 10,1.

As tabelas também mostram uma evolução em relação às últimas disponibilizadas pelo site, cuja média de anos de estudo feminino entre a população total era de 8 anos, e a masculina 7,4, entre a população total, e 9,1 e 8, mulheres e homens, respectivamente, entre a população ocupada.

Média de Anos de Estudo da População de 10 Anos ou Mais de Idade População Total por Sexo, Brasil e Regiões

Brasil e Grandes Regiões

Mulheres

Homens

Total

Norte

9,1

7,6

8,2

Nordeste

8,2

6,8

7,4

Sudeste

10,1

9,4

9,7

Sul

9,6

8,9

9,2

Centro Oeste

9,7

8,5

9

Brasil

9,5

8,4

8,9

Dados do “Anuário dos Trabalhadores 2009” – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – Maio de 2010

Média de Anos de Estudo da População de 10 Anos ou Mais de Idade População Ocupada por Sexo, Brasil e Regiões

Brasil e Grandes Regiões

Mulheres

Homens

Total

Norte

9

7,5

8,1

Nordeste

8,1

6,7

7,2

Sudeste

10,1

9,4

9,7

Sul

9,6

8,9

9,2

Centro Oeste

9,7

8,5

9

Brasil

9,4

8,4

8,8

Dados do “Anuário dos Trabalhadores 2009” – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – Maio de 2010

Com maior escolaridade e mais qualificadas, as mulheres já chegam a 43,69% da população economicamente ativa no país, mas o percentual se manteve estável desde nossa última atualização. A região Sul é onde estão percentualmente mais presentes, 44,65%.

População Economicamente Ativa Sexo, Brasil e Grandes Regiões

Região

Mulheres

Percentual de Mulheres

Homens

Percentual de Homens

Total

Norte

2.999.742

41,08%

4.301.936

58,92%

7.301.678

Nordeste

10.894.854

42,27%

14.876.823

57,73%

25.771.677

Sudeste

19.068.574

44,57%

23.715.731

55,43%

42.784.305

Sul

7.012.376

44,65%

8.691.344

55,35%

15.703.720

Centro Oeste

3.115.952

42,78%

4.168.237

57,22%

7.284.189

Brasil

43.091.498

43,69%

55.754.071

56,4%

98.845.569

Dados do “Anuário dos Trabalhadores 2009” – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos

A estabilização da taxa de população economicamente ativa e o maior índice de desemprego possivelmente têm relação com a crise econômica mundial em fins de 2008, apesar do Brasil ter sentido de forma mais branda os efeitos recessivos. O desemprego entre as mulheres nas regiões metropolitanas e no Distrito Federal é bem maior, mesmo estando em queda no país desde 2005, como mostra a tabela. Em Salvador, por exemplo, onde são registrados os maiores níveis de desemprego, este chega a 24,1%, enquanto entre os homens o percentual é bem menor, 16,5%. Já em Belo Horizonte, com os menores percentuais, 12,7% entre as mulheres e 7,2% entre os homens, há uma maior desigualdade, o desemprego feminino é quase o dobro do masculino.

Taxa de Desemprego por Sexo – Regiões Metropolitanas e Distrito Federal 2005-2008

Mulheres Homens

Regiões Metropolitanas

2005

2006

2007

2008

2005

2006

2007

2008

São Paulo

19,7%

18,6%

17,8%

16,5%

14,4%

13,4%

12,3%

10,7%

Porto Alegre

17,6%

16,9%

16%

13,9%

11,9%

12%

10,2%

8,8%

Belo Horizonte

19,7%

16,9%

15,9%

12,7%

14%

11%

8,9%

7,2%

Salvador

27,8%

27%

25,3%

24,1%

21,3%

20,4%

18,4%

16,5%

Recife

26%

24,8%

23,1%

22,9%

19,2%

18,4%

16,9%

16,9%

Distrito Federal

22,1%

21,8%

20,7%

19,8%

15,9%

15,9%

14,7%

13,4%

Dados do “Anuário dos Trabalhadores 2009” – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – Maio de 2010

Os rendimentos também são mais baixos entre as trabalhadoras. Nas regiões metropolitanas e no Distrito Federal, podemos fazer uma comparação entre os maiores e menores salários. No Distrito Federal, as mulheres ganham em média R$ 1.431, e os homens R$ 2.012. Os menores salários femininos e masculinos são registrados em Recife, R$ 603 e R$ 844, respectivamente. Ou seja, as mulheres têm rendimentos salariais em média 30% menores que os homens, e as desigualdades regionais são visíveis.

Rendimento Mensal Médio Real dos Ocupados por Sexo Regiões Metropolitanas e Distrito Federal 2004 - 2007 - Em R$

Mulheres Homens

Regiões Metropolitanas

2005

2006

2007

2008

2005

2006

2007

2008

São Paulo

928

972

970

961

1.447

1.443

1.436

1.451

Porto Alegre

908

904

940

978

1.221

1.244

1.264

1.288

Belo Horizonte

691

792

831

889

1.052

1.176

1.216

1.311

Salvador

662

681

726

788

987

973

1.000

1.101

Recife

526

575

594

603

750

804

808

844

Distrito Federal

1.237

1.233

1.321

1.431

1.709

1.799

1.894

2.012

Dados do “Anuário dos Trabalhadores 2009” – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – Maio de 2010

Salários menores também são reflexo da maior inserção feminina em trabalhos cujos rendimentos estão entre 1 e 2 salários mínimos, mais de 60% das trabalhadoras. A tabela abaixo mostra que quando aumenta os níveis de rendimento, diminui o percentual de mulheres inseridas. Entre quem ganha até 1 salário mínimo, as mulheres são maioria, 32,8%, contra 23,7% dos homens. Mas, entre quem ganha acima de 20 salários mínimos, as mulheres representam 0,4%, e os homens 1,1%.

Distribuição dos Ocupados por Níveis de Rendimento Mensal de todos os Trabalhos, Percentual por Sexo – Brasil

Nível de Rendimento

Mulheres

Homens

Total

Até 1 salário mínimo

32,8%

23,7%

27,6%

Mais de 1 a 2 salários mínimos

29,8%

31,5%

30,8%

Mais de 2 a 3 salários mínimos

8,6%

14%

11,7%

Mais de 3 a 5 salários mínimos

6,3%

9,9%

8,4%

Mais de 5 a 10 salários mínimos

4,9%

7,4%

6,4%

Mais de 10 a 20 salários mínimos

1,5%

3%

2,4%

Mais de 20 salários mínimos

0,4%

1,1%

0,8%

Sem rendimento *

14,2%

7,5%

10,4%

Sem declaração

1,5%

1,9%

1,7%

* Incluídas as pessoas que receberam somente em benefícios

Dados do “Anuário dos Trabalhadores 2009” – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) – Maio de 2010

Análise parecida acontece no serviço público federal. O percentual de mulheres em cargos comissionados chega a 42,8%, mas à medida que aumenta a hierarquia do cargo, diminui o percentual, chegando a 20,6% de mulheres e 79,4% no DAS 6, o maior nível.

Percentual de Mulheres em Cargos Comissionados no Governo Federal

Mulheres

Homens

DAS 1

45,4%

54,6%

DAS 2

45%

55%

DAS 3

45%

55%

DAS 4

37,6%

62,4%

DAS 5

23,2%

76,8%

DAS 6

20,6%

79,4%

Total

42,8%

57,2%

Dados do Relatório Anual 2009/2010 - Observatório Brasil da Igualdade de Gênero – Março de 2010 2009

Salários menores, apesar de maior escolaridade, além de ter relação com fatores como desigualdade de gênero, também pode ser analisado pelo menor percentual de mulheres entre os trabalhadores sindicalizados, 40,6%. E é de apenas 21,18% o percentual de mulheres em direções de centrais sindicais no país.

Percentual de Mulheres em Direção das Centrais Sindicais

Mulheres

% de Mulheres

Total

151

21,18%

715

Dados do Dieese – Fonte: Revista do Observatório Brasil da Igualdade de Gênero – Dezembro de 2009

Em relação a presidências de partidos políticos no Brasil, apenas um dos 27 partidos tem uma mulher presidente, o PSOL, Partido Socialismo e Liberdade, o que corresponde a 3,7% do total. Um retrocesso em relação à última atualização do site, cujo percentual era de 11,11%.

Percentual de Mulheres Presidentes de Partidos no Brasil

Partidos

Número de Mulheres Presidentes

Número de Homens Presidentes

% de Mulheres Presidentes

Percentual de Homens Presidentes

27

1*

26

3,7%

96,3%

* Heloísa Helena – PSOL – Partido Socialismo e Liberdade

Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – Maio de 2010

Tabelas completas e atualizadas de todas as cinco áreas, Executivo, Legislativo, Judiciário, Empresa e Sociedade podem ser conferidas na seção de “Estudos e Pesquisas” do site www.maismulheresnopoderbrasil.com.br

Reprodução de conteúdo autorizada desde que citada a fonte: Site www.maismulheresnopoderbrasil.com.br


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