quinta-feira, 10 de setembro de 2009

PADILHA DEFENDE CANDIDATURA PRÓPRIA DO PMDB




Brasília (09/09/2009)

- Após reuniões e encontros com a militância peemedebista em todo o Brasil, o presidente da Fundação Ulysses Guimarães Nacional, deputado Eliseu Padilha (RS), levou à cúpula partidária o resultado: a necessidade de ser realizado com urgência, o Congresso Nacional do Partido, com vistas a decidir o futuro político do PMDB e a avaliar a possibilidade dele ter sua própria candidatura à Presidência da República.

Para Padilha, é frustrante ver o maior partido, aquele que tem a maior militância, maior número de vereadores, prefeitos, deputados estaduais, deputados federais, senadores, governadores, não ter o seu próprio candidato a Presidência da República. “É absolutamente normal o maior partido ter o candidato e os menores o apoiarem”, afirmou.

Além disso, o presidente acredita que a candidatura própria do PMDB representaria o “Instinto de Preservação Partidária”, para continuar na condição de maior partido do Brasil.

“O PMDB deve estabelecer, um novo rumo, em conformidade com o momento histórico em que a política está sendo vivenciada”, ressalta Padilha. Ele acredita que a única forma de virar esta página é apresentar uma proposta capaz de estimular o debate junto à sociedade brasileira, com temas que digam respeito ao século XXI, com transparência absoluta e interação com a base e com a sociedade.

Eleições 2010 – Além de apoiar indiscutivelmente a tese da candidatura própria do PMDB, Padilha afirmou que a possível candidatura à Presidência da República em nada prejudicará o compromisso que o partido tem de apoiar, no Congresso Nacional, o Presidente Lula, até o último dia de seu governo. No entanto, que fique claro que tal apoio não inclui nenhum compromisso de apoiar sua candidata, ou a candidatura de seu partido, à Presidência da República. “O PMDB ciente de sua magnitude, com a responsabilidade de ser o maior partido do Brasil, não pode se acomodar à desmoralizadora condição de periférico apoiador de governos”, concluiu.

Segue abaixo a íntegra da entrevista com o presidente da Fundação Ulysses Guimarães, deputado Eliseu Padilha:





1) Milhares são os peemedebistas que estão cobrando da Fundação Ulysses a realização do Congresso Nacional do Partido e a proposta do PMDB para o Brasil. O que o senhor tem a dizer?

Eliseu Padilha: Inicialmente, peço desculpas pelo fato de que ainda não conseguimos marcar a data para a realização do Congresso Nacional e também para a apreciação da nossa proposta do PMDB para governar o Brasil. Quero também esclarecer que tenho tratado com muita freqüência desse assunto junto à direção do partido, com a presidente deputada Iris de Araújo (GO) e com o presidente licenciado, deputado Michel Temer (SP). E tenho encontrado em ambos, receptividade e apoio para as teses. O que nós não temos conseguido, por enquanto, é sensibilizar os companheiros em todos os estados para realizar os nossos congressos estaduais. Nós temos ainda seis estados que não nos mandaram as conclusões de seus congressos. Estamos tratando com estes estados para que num prazo breve, que nós vamos fixar nos próximos dias, eles nos remetam suas conclusões. Porque, caso contrário, eles não participarão na elaboração do programa e não terão dado aos seus companheiros o prazer e a alegria de participar na elaboração da proposta do PMDB para o Brasil. São os companheiros dos estados do Amapá, Amazonas, Ceará, Pará, Roraima e Tocantins. Esses seis estados ainda não realizaram seus congressos estaduais. E eu quero pedir que num prazo máximo de 15 dias resolvam essa questão, ou que pelo menos aprazem as datas, porque nós não poderemos chegar ao final do mês de setembro sem marcarmos o nosso congresso nacional. Neste congresso vamos ouvir a base do partido sobre o PMDB, sobre o momento que nós estamos vivendo, mas, principalmente, queremos concluir e aprovar nossa proposta de governo para o Brasil. Portanto, pedindo escusas aos companheiros, mas ao mesmo tempo fazendo uma cobrança a estes seis estados, para que realizem seus congressos imediatamente, nos avisando nos próximos 15 dias. Caso contrário nós vamos marcar o congresso nacional e vamos fechar os estudos sobre o plano de governo sem as suas participações.

2) E o que os demais dirigentes do partido tem dito sobre o congresso e o plano de governo?

EP: Todos os companheiros do partido com os quais falamos, especialmente os dirigentes nacionais e estaduais, manifestam um entusiasmo muito grande para que o PMDB aproveite este momento para virar a página dos jornais, das rádios e das televisões, quase sempre colocando o PMDB numa posição incomoda. O PMDB é o maior partido do Brasil. Tem a maior militância, tem o maior número de prefeitos, de vereadores, de deputados estaduais, de deputados federais, de senadores, de governadores. É o maior partido sob todos os aspectos. E ele tem que aproveitar este momento em que no Brasil, de um modo geral, os partidos estão semi-desorientados. O PMDB pode e deve estabelecer o seu novo rumo, o seu futuro, em conformidade com o momento histórico em que vivemos e sair dessa crise que assola todo o processo político nacional, motivada por vários fatores que aqui não cabe discutirmos. O PMDB pode virar esta página e apresentar uma proposta capaz de estimular o debate junto à sociedade brasileira, com temas que digam respeito ao século XXI, uma proposta que dialogue com uma nova forma de fazer política: com transparência absoluta, com sinceridade absoluta e com interação. Interação não só com a militância do partido, mas com toda a sociedade. Hoje com a comunicação instantânea, com a globalização da informação, com tudo sendo vivido em tempo real, a política também tem que mudar para ser feita e vivida em tempo real. Porém a essência da política é a que vem desde Aristóteles: a ciência de promover a felicidade daqueles que vivem em sociedade. E, é nessa direção que os debates políticos têm que andar. É com este corolário que nós temos que trazer o PMDB de volta ao grande debate nacional. Isso será possível trazendo os militantes para opinar. Por isso, volto a frisar que todos os nossos dirigentes com os quais tenho falado: o presidente Michel Temer, a presidente Iris, o líder Henrique, o líder Renan, todos tem interesse em retomarmos uma pauta que seja positiva, baseada na interação com a sociedade e de reconhecimento para com o nosso partido.

3) Caso a realização do Congresso Nacional do Partido resulte numa grande mobilização, exigindo uma candidatura própria do PMDB à Presidência da República, o que farão os dirigentes nacionais?

EP: A essência do partido e sua razão de existir é a sua base. O PMDB tem a maior base partidária do Brasil. É o maior partido em número de militantes, ele é o maior em tudo. Se a base do partido colocar de forma estatutária, na forma prevista no regramento partidário, as suas ambições, os seus sonhos, até as suas utopias, os dirigentes terão que seguir aquilo que a base venha a determinar. O dirigente só é líder porque ele representa os liderados. Ele não pode liderar na contraposição do que é indicado pela base. Não estou falando como alguém que fala pelo diretório nacional, quem fala é a presidente Iris ou o presidente Michel. Eu sou presidente da Fundação Ulysses Guimarães. A Fundação do partido quer sim ter candidatura própria a Presidência da República, a Governador em todos os estados e a Prefeitos em todos os municípios. Esse é o papel da Fundação. Estimular o partido a participar de forma qualificada, com ideologia, para conquistar o poder e, a partir dele, promover os avanços que possam dar corpo às nossas propostas. Se a base do partido sinalizar de forma inequívoca que ele deve assumir a sua condição de maior partido, de titular da maior representatividade, os líderes não terão nenhuma dificuldade em acompanhar aquilo que a base venha a pedir. Porque é na base do partido que se fazem as eleições, é lá que são gerados os líderes. Estes líderes têm que ter o mínimo de coerência com aqueles que lhes fizeram líderes. Portanto eu não tenho dúvida nenhuma de que os líderes do PMDB, que por tradição mantém sintonia com sua base, seguirão sim a direção que lhes venha a ser indicada pela base do partido.

4) A base exigindo uma candidatura própria a Presidência da República o PMDB tem nomes a indicar?

EP: Eu penso que no PMDB nós temos até excesso de nomes. Nome de candidato não é problema no PMDB. Se nós temos o maior partido, se nós temos os quadros mais tradicionais da política brasileira, se nós temos o maior número de governadores e o maior número de senadores, eu não precisaria especificar nome nenhum para garantir que nós temos uma gama muito grande de nomes. Porém diante da pergunta objetiva penso que não posso deixar de dar uma resposta objetiva. Sim, o PMDB tem nomes. Nós poderíamos começar com o senador Pedro Simon, por exemplo. É um nome que todos os brasileiros conhecem e respeitam. Fundador do partido. Vereador, deputado estadual, governador do estado, senador e ministro de Estado; Nós poderíamos falar em Roberto Requião. Grande governador do Paraná por diversas vezes, homem público consagrado; Poderíamos falar em Luiz Henrique da Silveira, governador de Santa Catarina. Um nome da mais alta respeitabilidade. Foi ministro de Estado, governador duas vezes, prefeito. Um homem que traduz muito bem o que é o PMDB. Aliás, foi seu presidente, inclusive; Nós poderíamos falar do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral. Um homem que tem uma história voltada para as lutas populares. Faz uma administração excepcional no Rio de Janeiro, reconhecido e é indiscutivelmente um nome que está a disposição do partido; Nós poderíamos passar, por exemplo, para os nossos ministros: Nelson Jobim, um quadro tradicional no partido, fez um trabalho excepcional na Constituinte como deputado federal, ex-ministro da Justiça, ex-ministro e presidente do Supremo Tribunal Federal, hoje ministro da Defesa. Um quadro da mais alta qualificação. Honraria qualquer partido sendo ele candidato à presidente da República; O ministro Hélio Costa, homem da mais alta qualificação pessoal, faz excepcional trabalho à frente do ministério. Político renomado, hoje, no estado de Minas Gerais, que representa no Senado Federal e onde lidera todas as pesquisas para governador. É um quadro que pode perfeitamente ser levado à Presidência da República; O ministro Geddel Vieira Lima, nosso baiano ministro da Integração. Um quadro que tem uma perspicácia política singularíssima entre os políticos brasileiros. Seguramente um dos políticos mais aguçados do processo político nacional, deputado federal e ministro com grandes realizações e de alta qualificação. Acaba de lançar a sua candidatura a governador do estado da Bahia, mas não tenho dúvida que poderia muito bem ser o nosso candidato à Presidência da República; E deixei por último, para fechar com chave de ouro, o nosso presidente do PMDB, hoje presidente da Câmara dos Deputados, presidente licenciado do partido, deputado Michel Temer. Representando o estado de São Paulo, onde já ocupou várias secretarias. Homem que tem uma trajetória respeitabilíssima sob todos os aspectos. Homem que tem trânsito em todos os gabinetes nos três Poderes da República, com o respeito que só aqueles que convivem com ele sabem que lhe é devotado. Político experimentado, sensibilidade política, conhece o partido, conhece o Brasil, conhece a máquina pública, enfim, alguém altamente preparado. Paro por aqui. Poderíamos acrescentar mais nomes, mas já vimos que o problema do PMDB não é de ter nome. Portanto, eu não tenho dúvida nenhuma que, se a base do partido chegar à conclusão de que nós devemos ter um candidato a Presidente da República, evidentemente que nós temos nomes que poderão assumir tal candidatura com reais chances de vitória.

5) E, qual a sua opinião como presidente da Fundação Ulysses Guimarães?

EP: Sou fundador do MDB, portanto eu tenho 43 anos de MDB/PMDB e, com muito orgulho, muita satisfação, muita honra, presido a Fundação do meu partido. É frustrante ver o maior partido, que tem a maior militância, maior número de vereadores, prefeitos, deputados estaduais, deputados federais, senadores, governadores e a plêiade de nomes que eu referi, não ter o seu próprio candidato a Presidência da República. É absolutamente normal o maior partido ter o candidato e os menores o apoiarem. No primeiro turno seria natural o PMDB ter o seu candidato a Presidência da República. O primeiro turno é para os partidos mostrarem a que vieram, quais são suas idéias, quais são suas propostas. Aquele que não passar para o segundo turno é mais do que normal que faça aliança. Não há porque um partido grande – o maior de todos - fazer aliança no primeiro turno. Devemos sim ir com a nossa própria força, nossa cara, nossos quadros, nossa história, nossa tradição, e a proposta que vamos aprovar no nosso congresso, para a eleição à Presidência da República. No segundo turno, se estivermos no segundo turno, vamos abrir os braços, acolher aqueles que conosco irão melhorar a nossa proposta, e partirmos para a eleição do nosso candidato para fazê-lo presidente. Não estando no segundo turno, vamos ver com quais partidos poderemos construir parcerias, baseados em nosso programa, que estará sob conhecimento da sociedade. Defendendo nosso programa, colocando nossos quadros a disposição da eleição, é óbvio que depois estaremos legitimados para participar do governo ou pelo menos garantir a execução daquilo com o que nos comprometemos. Perdendo a eleição vamos fazer uma oposição responsável. Fiscalizando e cobrando o cumprimento do que os eleitos prometeram durante a campanha eleitoral. Credenciando-nos para sermos alternativa nas próximas eleições. Portanto, para mim presidente da Fundação Ulysses Guimarães, os companheiros que estão cobrando não precisam se afligir. Eu sei que este é o caminho do partido. Como presidente da Fundação, na parte que me cabe, estou dando a resposta, e vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para levar a esta base a alegria da consumação do sonho de todo o peemedebista: de nós termos o nosso projeto, o nosso candidato e o nosso Presidente da República.

6) Então, a candidatura própria está latente na base partidária. Quais suas conclusões sobre o destino do PMDB?

EP: Não sou neófito. Conheço muitos entre os tantos obstáculos que minhas teses encontrarão, pelos mais variados motivos. Mas pela responsabilidade que tenho, devo dizer o que penso: o PMDB precisa ter sua própria candidatura à Presidência da República. Como Presidente da Fundação, ouço o clamor dos peemedebistas de todos os estados do País e esta é uma exigência unânime. Trata-se da exteriorização do “Instinto de Preservação Partidária”. Para nos mantermos como o maior partido do Brasil, teremos que ter o número “15” na propaganda eleitoral em 2010. Caso contrário, perderemos cadeiras nas bancadas estaduais, também na federal e reduziremos nosso número de governadores. O partido que tiver o seu número na propaganda presidencial tenderá a levar vantagem nas eleições para governadores e para deputados. A expectativa do Poder Federal é determinante de candidaturas e de votos. A existência de nossa candidatura à Presidência em nada prejudicará nosso compromisso de apoiar, no Congresso Nacional, o Presidente Lula, até o último dia de seu governo. No entanto, que fique claro que tal apoio não inclui nenhum compromisso de apoiar sua candidata, ou a candidatura de seu partido, à Presidência da República. O PMDB ciente de sua magnitude, com a responsabilidade de ser o maior partido do Brasil, não pode se acomodar à desmoralizadora condição de periférico apoiador de governos. Nas democracias, os partidos e, no sistema solar, os planetas menores gravitam em torno do maior. Nós peemedebistas seremos leais. Vamos honrar por inteiro nossos compromissos, mas ninguém imagine que possa nos comprometer com a destruição dos objetivos de nosso partido e dos sonhos dos companheiros da base. É legítimo que seja proposto a um político, ou a um partido político, e é possível que eles aceitem a quase tudo, nunca, porém, a que eles se suicidem politicamente. Sem dúvida, o PMDB precisa de sua própria candidatura à Presidência da República.

Thatiana Souza (ACS/Dep. Eliseu Padilha)

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