Um grande evento está sendo preparado para o lançamento de mais um projeto na rede de saúde pública do Amapá.
O Programa de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme será lançado na área interna da Fortaleza de São José de Macapá, nesta sexta-feira (28), a partir de 17h.
Na programação estão previstos as apresentações do cantor Zé Miguel, Grupos de Marabaixo, e da Dança Típica do Grupo Folclórico Lagoa dos Índios.
A implantação do programa visa especificamente instalar uma rede estadual pública que promova a redução da morbimortalidade por causas relacionadas a essa enfermidade.
“Através desta rede, o programa vai buscar o diagnóstico precoce e controle clínico adequado, conforme as diretrizes da Política Nacional de Atenção Integral as Pessoas com Doença Falciforme”, disse a gerente do departamento estadual de Atenção Básica à Saúde, Ellen Holanda.
Ainda de acordo com ela, durante o processo de implantação do programa médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, odontólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas, técnicos laboratoriais, técnicos em higiene dental, agentes de saúde, agente comunitários e agentes administrativos passaram por capacitações.
“Para o atendimento ao público nós já providenciamos a confecção de folderes e cartilhas com orientações específicas aos portadores e seus familiares”, anunciou.
Os equipamentos de apoio diagnóstico já estão sendo implementados no Centro de Saúde da Comunidade Lagoa dos Índios, local que será a sede do Programa Falcêmico.
Além dessas medidas, os pacientes terão também cartão de identificação para um melhor acompanhamento. Ellen Holanda lembra ainda o programa da doença falciforme receberá suporte técnico do Hemocentro do Estado do Amapá (Hemoap).
O secretário estadual de saúde, Pedro Paulo dias de Carvalho, justifica a implantação do projeto com dados do Ministério da Saúde, que estima o nascimento de aproximadamente 3500 pessoas por ano portando a patologia no Brasil. Já no Amapá, ele informa que a gerência de Atenção de Básica da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) computa pouco mais de 200 pessoas com anemia falciforme – que recebem acompanhamento da rede pública estadual.
“Entretanto, as condições desse atendimento não são as mais favoráveis. Por isso, o Governo do Estado, por meio da sua Secretaria de Saúde, está lançando mão de um programa local para colocar a disposição dessa população um tratamento com mais qualidade”, comentou o secretário.
A doença falciforme
-A anemia falciforme é uma doença genética cuja maior prevalência incide nas pessoas afrodescendentes.
-A Anemia Falciforme tem origem desconhecida, mas provavelmente desenvolveu-se na África, milhões de anos atrás. Protege as pessoas contra a malária, doença comum e séria nos países de clima quente. No Brasil estima-se que 1 em cada 500 negros brasileiros nasce com uma forma da doença. Embora haja uma maior incidência na raça negra, os brancos, particularmente os que são provenientes do mediterrâneo ( Grécia, Itália, etc. ) Oriente médio, Índia, apresenta, doenças.
Diante deste quadro é possível deduzir-se que a miscigenação racial existente no Brasil está gerando a continuidade desta anemia, conforme ratifica a literatura cientifica brasileira, apontando de forma contundente que anemias hereditárias no país constituem um grave problema de saúde publica.
A Anemia Falciforme é doença genética e hereditária, causada por anormalidade de hemoglobina dos glóbulos vermelhos do sangue, responsáveis pela retirada do oxigênio dos pulmões, transportando-o para os tecidos. Esses glóbulos vermelhos perdem a forma discóide, enrijecem-se e deformam-se, tomando a formato de “ foice ”. Os glóbulos deformados, alongados, nem sempre conseguem passar através de pequenos vasos, bloqueando-os e impedindo a circulação do sangue nas áreas ao redor. Como resultado causa dano ao tecido circunvizinho e provoca dor.
O curso da doença é variável.
Há doentes que apresentam problemas sérios com mais freqüência e outros têm problemas esporádicos de saúde.Geralmente é durante a Segunda metade do primeiro ano de vida de uma criança que aparecem os primeiros sintomas da doença. Exceção é feita nos casos onde o exame de sangue – para detecção da doença – foi realizado já no nascimento ou no berçário.
Até atingir a idade escolar é comum a doença se manifestar, é raro isso não ocorrer.
A Anemia Falciforme não deve ser confundida com o traço falciforme. Traço falciforme significa que a pessoa é tão somente portadora da doença, com vida social normal.
O tratamento pode incluir: Medicação para dor, antibióticos, aumento da oferta de líquidos, transfusão, repouso no leito, cirurgia, sempre recomendada pelo médico.
Para conhecimento de tod@s mais uma vitória da luta e da persistência daqueles e daquelas que nunca deixaram de acreditar no resultado de tantas batalhas, na luta contra o racismo institucional, pelo direito à vida e pelo direito à saúde.
Neste evento a FENAFAL estava reresentada pela Coordenadora da Região Norte, Velma Santos Inácio e da valorosa Marta Nabor, que vem articulando a formação da Associação de Pessoas com Doenças Falciformes do Amapá.
Parabéns, vamos à luta, continuar exercendo o Controle Social.
Altair Lira
Coordenador GeralFENAFAL.
- Federação Nacional das Associações de Pessoas com Doenças Falciformes
Hoje somos 34 Associações em 20 Estados, nas 05 Regiões.
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